Queda da Cloudflare (18/11/25): A prova da nossa relação com a IA

A manhã de 18 de novembro de 2025 foi marcada por um fenômeno chato: a paralisação de uma parte essencial da internet. O problema, que afetou a infraestrutura da Cloudflare, um gigante de segurança e performance digital, não foi apenas um “bug” técnico. Ele expôs a profundidade da nossa relação com a Inteligência Artificial e dos poucos players que sustentam a vida moderna.

Quando você encontra o temido “Erro 500” ou o aviso de “https://www.google.com/search?q=challenges.cloudflare.com” em sua tela, não é apenas um site que está fora do ar. É uma engrenagem vital do seu dia, pessoal ou profissional, que parou de girar.

Quem foi impactado?

A lista de serviços afetados nesta terça-feira é um retrato claro de como a Inteligência Artificial se integrou silenciosamente ao nosso trabalho e entretenimento.

1. A Paralisação da Criação e do Conhecimento: Os grandes nomes da IA Generativa como ChatGPT (OpenAI) e Claude.AI ficaram inacessíveis. Para milhões de profissionais que dependem dessas ferramentas para escrever, programar ou gerar ideias, foi uma paralisação instantânea da produtividade. O motor do novo trabalho criativo simplesmente falhou.

2. O Fim da Organização e do Design: Serviços essenciais como Canva (para designers e empreendedores) e Discord (para comunicação e comunidades) foram atingidos. O planejamento de uma campanha, a criação de uma arte ou a organização de uma equipe de desenvolvimento ficaram suspensos, provando que a infraestrutura por trás dessas ferramentas é tão importante quanto a própria usabilidade.

3. O Impacto na Economia e na Cidadania: A falha ultrapassou a bolha da tecnologia, atingindo áreas cruciais:

• Finanças: Serviços como o Paypal tiveram instabilidade, travando transações e comércio.

• Logística e Serviços: Uber teve problemas, impedindo deslocamentos e entregas.

• Governo: A inacessibilidade a plataformas como o gov.br impediu que cidadãos acessassem serviços públicos digitais.

Em essência, a queda mostrou que, hoje, uma falha na nuvem pode impedir você de trabalhar, pagar contas, chamar um transporte ou até mesmo exercer sua cidadania digital.

A Lição: Integração e Domínio Local

O episódio da última terça-feira, com a instabilidade de grandes pilares como a Cloudflare e serviços essenciais de IA, não deve ser visto apenas como um ponto de falha. Deve ser encarado como um divisor de águas na nossa relação com a tecnologia.

A verdade é inegável: a Inteligência Artificial não é mais uma tendência; ela é a fundação da nossa vida profissional e pessoal. Ela já se integrou de forma tão profunda ao nosso cotidiano que sua ausência é sentida com a mesma intensidade que a falta de energia elétrica ou água.

A partir de agora, a pergunta não é se devemos adotar a IA, mas sim como nos integrar a ela da melhor forma possível, garantindo controle, resiliência e foco no que realmente importa.